3 Museus que não pode perder na Invicta | Porto Cool
Entrar | Registar

Blog

PortoCool_Blog_3 Museus que não pode perder na Invicta

3 Museus que não pode perder na Invicta

O Porto é uma cidade cheia de história, com arquitetura notável e uma cultura vibrante, com vários museus e galerias que valem todas as visitas.

Os três que menciono têm outras histórias para contar e o seu interesse não se encerra na típica experiência museológica. Por isso, mesmo para quem não gosta do ambiente de “museu tradicional”, estas podem ser, sem dúvida, experiências interessantes:

 

Centro Português de Fotografia 

Numa das zonas mais bonitas do Porto, a dos Clérigos, encontramos o museu que se apresenta austeramente de frente para o jardim da Cordoaria.

Esta antiga cadeia foi alterada e adaptada para corresponder às necessidades de um museu, sob a supervisão de Eduardo Souto de Moura e Humberto Vieira. Logo à entrada, num hall de pé direito alto, indicam-nos a entrada para as exposições. Depois de uns degraus e de um percurso sinuoso, chegamos a um espaço central, antigo pátio da prisão, iluminado por uma bela claraboia. Deste pátio, temos acesso aos vários espaços de exposições temporárias, e em todas as salas que percorremos, a presença da cadeia existe: maciços cadeados ainda pendurados nas portas e grades em todas as janelas.

Os presos estavam distribuídos por classe social, e é algo que conseguimos sentir: o piso térreo é mais fechado, com pouca luz e húmido, enquanto o terceiro, para pessoas de classes sociais mais elevadas, tem espaços mais amplos e mais luminosidade.

O sentido labiríntico também se sente a caminho da exposição permanente. Perdemo-nos um pouco, até encontrarmos as escadas centrais, iluminadas por uma luz branca central, que lhes confere uma beleza notável. No segundo andar, encontramos o que outrora fora o espaço das mulheres. Hoje renovado e cheio de luz, tenta fazer esquecer a austeridade que sentimos até ali chegar. Algo que nos é novamente trazido à memória quando tentamos olhar para o jardim da Cordoaria por entre as grades.

Subimos mais uns lances, percorremos mais uns corredores, num percurso pontuado por engenhos de fotografia e chegamos ao 3º piso. Entre Kodaks e Polaroids, podemos ver uma pequena placa, que nos diz que foi aqui que Camilo Castelo Branco esteve preso, assim como a escritora Ana Plácido, a sua amante – ambos acusados de adultério. Vale a pena subir a este piso e ver a vista da cela onde Camilo esteve durante 12 meses e, onde dizem, escreveu uma das maiores obras portuguesas de sempre: Amor de Perdição.

 

Fundação Serralves

Aproveitamos o primeiro domingo do mês para visitar tudo o que Serralves tem para nos dar. Este é, sem dúvida, um dos melhores locais a visitar no Porto. O jardim é lindíssimo, com muito para explorar em diferentes espaços, e o museu, é um dos que vale a pena conhecer.

Inserido nos espaços da Fundação Serralves, o Museu foi construído pelo Arquiteto Siza Vieira e inaugurado em 1999. Desde que passamos os muros, há uma tensão arquitetónica que nos suga até à entrada e que se desvanece assim que chegamos ao hall, iluminado por uma claraboia. Todo o caminhar ao longo do museu é fluído, pontuado aqui e além por enquadramentos visuais sobre a beleza exterior, da qual usufruímos ao caminhar pelos jardins.  

Percorremos as exposições em contínua ambiguidade (uma ambiguidade boa) - não é possível viver estes percursos expositivos sem sentirmos o que a arquitetura em que eles se inserem nos oferece. 

Saímos e dirigimo-nos à cafetaria, para aproveitar o cheiro a café de um domingo de manhã, num ambiente cozy. A próxima paragem é a casa da Fundação, um exemplar da ​Art Déco​. A experiência do interior desta moradia é algo que é impossível de verbalizar. O trabalho em mármores é de deixar qualquer um boquiaberto, e a sala com a gigante lareira faz-nos sonhar com a possibilidade de aqui vivermos. 

Do jardim, a vista para a sua extensa fachada é lindíssima. A simetria, à boa maneira francesa, compõe um belo quadro que queremos registar e levar para sempre connosco. 

 

Museu Nacional Soares dos Reis

O mais antigo museu nacional habita o Palácio de Carrancas, antiga residência privada do século XVIII. O edifício é magnífico e os jardins são para visitar e aproveitar em qualquer altura.

Ao subir os lances de escadas que dão acesso às salas de exposições, recebemos uma pista do quão deliciosa será a nossa promenade. Não ficamos desiludidos.

A coleção de pintura inclui retratos emblemáticos, paisagens e naturezas mortas de Malhoa, Columbano, Silva Porto, Pousão, entre outros.  

A Galeria de obras do escultor que lhe dá o nome, Soares dos Reis, é incomparável, proporcionando uma vivência estética única. Nesta ala, um dos corredores convida-nos a sentar nos cadeirões e a aproveitar a natureza lá de fora. Sentir o sol na face enquanto olhamos o belo jardim que não deixaremos passar. Aqui recarregamos energias para absorver o que virá.

Aqui temos o prazer de ver “O Desterrado”. Aquela que é a obra-prima de Soares dos Reis, iniciada em Roma e terminada no Porto. O artista procurou nela englobar aquelas que se dizem ser as características do povo português: a nostalgia e amargura, traduzidas pelo cair dos braços, a cabeça pendente, a perna que se alonga e a ligação ao mar.

No entanto, uma deliciosa obra se esconde noutro canto. “A Menina”, filha dos Condes de Almedina, com a sua cabeça timidamente inclinada e doces caracóis, demonstra um empenho delicioso por parte do autor. Do traje ao corpo, da cabeça e rendilhados até à dobra das meias, não podemos perder um único pormenor.  

O percurso termina na cafetaria, de onde temos acesso aos jardins. Estes, que escapam a muitos dos visitantes, são de um silêncio difícil de encontrar na Invicta. Subimos até ao pátio, de desenho simétrico e sentamo-nos a relaxar, olhando a fonte e o edifício de trabalhadas cantarias, enquadrado pelas roseiras carregadas de flor. Não podíamos pedir mais.

 

Sobre a Ana Neto

Alma inquieta, com permanente sede porconhecer novos lugares e na procura de viver como um local por cada sítio que passa. Exploradora, adepta do optimismo e da criatividade. Partilha as histórias que capta por este mundo fora, através do Instagram e da página de Facebook,  Ana having fun.

 

 

#PORTOCOOL

#portocool

#portocool

#portocool

#portocool

#portocool

#portocool

#portocool

#portocool

#portocool

#portocool